Antes dos MBA,
Startups, Pensamento Transversal, Inteligência Emocional, Técnicas de
Negociação, Teorias da Liderança, Planos de Desenvolvimento Pessoal,
Coaching, as resoluções de ano novo eram muito mais simples. Pediam-se desejos
vagos, formulavam-se resoluções sem grande compromisso. Numa era em que o
estabelecimento de objetivos já não toma apenas conta dos nossos projectos
profissionais há que aplicar o conceito SMART à nossa vida pessoal também.
Se nas últimas 12 badaladas de 2016 desejaram coisas como: quero
ter mais tempo para a família, vou fazer mais desporto ou vou aprender uma língua
estrangeira, podem estar metidos num grande sarilho.
Se as resoluções/pedidos/ desejos não foram específicos,
mensuráveis, alcançáveis, realistas e não consideraram um período de tempo, é possível
que estes não se concretizem ou pior, que se fique na dúvida sobre se afinal
fomos ou não bem sucedidos.
Há muito que eu já tinha esta consciência mas era preciso
experimentar. Aliás foi esta experiência, que nada teve a ver com o Ano Novo,
que permitiu fazer a extrapolação para a ‘Teoria das Resoluções do Revelhão’
que acabei de referir acima.
No início de Dezembro de 2015 subi a pé à Senhora da Penha. Uma
ermida construída no sec XVI no cimo da Serra de São Paulo, junto a Castelo
de Vide. Sentei-me a desenhar a 710 m de altitude – níveis de oxigénio normais –
e sem saber como, acabei a fazer uma promessa. Ou seja, formulei um desejo e
estabeleci um contrato não assinado com a Senhora da Penha.
Nunca mais me lembrei deste episódio durante meses. Há uns
dias, enquanto planeava o meu regresso a Castelo de Vide a minha memória
chamou-me à razão. Acontece que a forma como fiz o pedido foi vaga. Não
expliquei bem o que queria que acontecesse.
Talvez até já tenha acontecido...
Não tive alternativa, voltei a subir à Senhora da Penha para
esclarecer tudo e explicar especificamente a minha ideia e como podemos
monitorizar o seu progresso. Ambas concordámos que é alcançável e realista. A parte
mais difícil foi chegar a um acordo quanto aos prazos. No que diz respeito ao tempo, tive
mesmo que ceder.